A VITA surgiu quando identificamos a necessidade de ampliar o acesso a serviços de saúde em comunidades de áreas rurais e periféricas na América Latina, especialmente por mulheres que precisam realizar regularmente o teste de Papanicolau. Para validar a nossa solução, iniciamos os testes-piloto com mais de 300 participantes no Hospital Universitário San José, no bairro Boquilla, na cidade de Cartagena (Colômbia), em 2011.

Nesses testes percebemos como a tecnologia pode contribuir para reduzir os custos do exame, a demora na entrega do diagnóstico e a necessidade de deslocamento para a coleta e a entrega do resultado. Com base nessa experiência, foram desenvolvidas as primeiras estratégias para a implementação e construção do projeto VITA. O software desenvolvido e o projeto, foram vencedores do prêmio Ventures 2011.

A segunda parte da história da VITA começa no Brasil por meio da pesquisa de mestrado desenvolvida por Ramon Salinas, co-fundador da empresa, na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. O objetivo foi identificar os fluxos do teste e os gargalhos existentes, implementando melhorias no processo de detecção por imagens. Esse projeto recebeu o prêmio Santander 2013.

Constatamos que o problema encontrado na Colômbia também está presente no Brasil e que, além dos problemas detectados anteriormente, os erros no diagnóstico impactam enormemente na saúde das mulheres, especialmente na população de baixa renda que não tem condições financeiras para pagar pelo teste.

A pesquisa de doutorado de Ramon Salinas, um dos nossos fundadores, na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, visou identificar, mediante técnicas de processamento de imagens e aprendizado de máquina, as áreas de interesse para auxiliar no diagnóstico e reduzir os erros encontrados. Os dois fundadores da Vita, Ramon Salina e Juan Galindo, se reuniram com pesquisadores do Hospital da Mulher Prof. Dr. J.A Pinhotti-CAISM da UNICAMP, para definir os requisitos para construção de um dispositivo digitalizador das amostras do teste, portável e de baixo custo. Esse projeto foi finalista do Prêmio Cisco Global Problem Solver Challenge 2017 e foi aceito como projeto PIPE Fase 1 pela FAPESP em 2018. Durante o desenvolvimento do projeto PIPE Fase 1, percebemos que os laboratórios clínicos de pequeno e médio porte têm dificuldades para aumentar sua cobertura devido ao alto custo do teste e à falta de profissionais capacitados para fazer o diagnóstico. Por esse motivo, focamos nossa solução em oferecer uma vantagem de baixo custo para esses laboratórios, de forma que possam atender a pacientes de baixa renda e a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.